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As incertezas do mercado, os cenários políticos, as taxas de juros, lançamento de produtos inovadores por parte da concorrência, tudo isso e muito mais, acaba afetando de uma forma ou de outra o desempenho das empresas. Como saber se a companhia está dentro das métricas minimamente aceitáveis para uma empresa do mesmo segmento, mesmo porte e mesmo Capital de Giro?
É um processo sistemático de avaliação comparativa de desempenho entre organizações, processos, produtos ou serviços. O objetivo do benchmarking é identificar as melhores práticas e processos de uma indústria ou mercado específico, analisando como outras empresas ou organizações executam tarefas, alcançam metas e resolvem problemas. Envolve a identificação de empresas ou organizações líderes em um determinado setor e o estudo cuidadoso de suas práticas e processos. O processo pode incluir a análise de indicadores de desempenho, como produtividade, qualidade, satisfação do cliente e custos.
Para colocar essa estratégia em prática, é essencial entender que há uma série de tipos de benchmarking e cada um auxilia a empresa de uma forma. Os tipos de benchmarking podem ser classificados de acordo com o seu escopo, ou seja, a área ou processo que está sendo avaliado, como benchmarking interno (comparação entre áreas ou processos internos da empresa), benchmarking competitivo (comparação com empresas concorrentes) e benchmarking funcional (comparação com empresas que possuem processos similares, mas que não são concorrentes diretas).
Seu objetivo é usar as métricas dos concorrentes como parâmetro. A intenção é medir como o seu negócio ou produto se posiciona em relação a quem disputa diretamente os clientes. O uso de dados oficiais e divulgados amplamente, como o faturamento e o crescimento, é a melhor escolha.
Busca analisar métricas fora de seu setor de atuação e pode ajudar as empresas a adotar uma visão mais ampla e inovadora na busca de soluções para seus problemas e desafios, além de estimular a criatividade e a inovação das soluções. Ao buscar referências fora de seu setor de atividade, a empresa pode encontrar novas formas de resolver seus problemas e melhorar seu desempenho. Apresenta desafios na aplicação das práticas de outras empresas em um contexto diferente.
Procura por etapas que possam ser aplicadas em qualquer empresa, ainda que não sejam semelhantes ou não disputem o mesmo mercado. A gestão financeira, por exemplo, tem que ser executada da melhor forma em qualquer tipo de empresa. Pode ajudar a identificar processos específicos que podem ser melhorados, e a aprender com as melhores práticas de empresas líderes.
É quando os parâmetros de comparação não são procurados fora da corporação, mas sim entre setores. Por exemplo, ao se medir os prazos de entrega dos setores de Contabilidade e Finanças, de modo a entender níveis de produtividade e outros resultados.
Envolve a colaboração e a troca de informações entre empresas para melhorar seus processos, produtos ou serviços. Neste tipo de benchmarking, as empresas trabalham juntas para identificar as melhores práticas e soluções, e colaboram para implementá-las em suas próprias operações. Em vez de comparar e competir, o benchmarking de cooperação enfatiza a colaboração e a cooperação entre empresas. No entanto, é importante garantir que a colaboração seja benéfica para todas as partes envolvidas, e que os resultados sejam justos para todos. Existem inclusive algumas empresas de consultoria especializadas neste tipo de benchmarking, aonde as comparações são feitas entre companhias clientes destas consultorias.
Porém é preciso que sejam seguidas algumas regras antes de coletar os dados de comparação. Ela asseguram que esta técnica seja adotada com base nos princípios da ética e garantem a boa execução do processos, bem como seus resultados.
A aplicação do princípio da legalidade no benchmarking ajuda a garantir que a empresa esteja agindo de forma ética e responsável, evitando problemas legais e danos à sua reputação. Ao seguir as leis e normas aplicáveis, a empresa pode aplicar o benchmarking de forma segura e confiável, identificando as melhores práticas e aprimorando seus processos de forma eficaz. Ao aplicar o benchmarking, a empresa deve garantir que esteja respeitando as leis de direitos autorais, proteção de dados, propriedade intelectual, privacidade e outras normas relacionadas. Além disso, deve-se considerar as questões éticas e sociais envolvidas no benchmarking, especialmente quando se trata de práticas de outras empresas que possam ser consideradas antiéticas ou socialmente inaceitáveis.
O princípio da troca é fundamental para a aplicação bem-sucedida do benchmarking, pois permite que a empresa aprenda com as melhores práticas de outras empresas e, ao mesmo tempo, compartilhe suas próprias práticas e processos. Isso ajuda a construir uma rede de aprendizado e colaboração, que pode levar a melhorias significativas no desempenho da empresa e no setor como um todo. Ao solicitar informações específicas, vale oferecer dados equivalentes em troca. Manter a honestidade é fundamental, assim como o senso de parceria e de colaboração.
É de suma importância proteger as informações sensíveis e estratégicas das empresas envolvidas no processo de benchmarking. Como o benchmarking envolve a troca de informações sobre processos, práticas e estratégias empresariais, é fundamental garantir que essas informações sejam mantidas em sigilo e não sejam divulgadas a terceiros. Esse princípio implica que as empresas envolvidas no benchmarking devem estabelecer acordos de confidencialidade que especifiquem as informações que podem ser compartilhadas e as que devem ser mantidas em sigilo. Esses acordos devem ser claros e precisos, a fim de evitar mal-entendidos e garantir que as informações sejam protegidas adequadamente. Além disso, a confidencialidade ajuda a criar um ambiente de confiança e colaboração entre as empresas envolvidas no benchmarking. Ao garantir que as informações sejam protegidas adequadamente, as empresas podem se sentir mais seguras para compartilhar suas melhores práticas e aprender com outras empresas.
Esse princípio implica que a empresa deve estabelecer contato direto com as empresas de referência para obter informações detalhadas sobre suas práticas e processos. Isso pode envolver visitas às instalações da empresa, entrevistas com funcionários, revisão de documentos e relatórios, entre outras atividades. O contato direto também pode permitir que a empresa estabeleça relacionamentos duradouros com as empresas de referência e crie oportunidades para a troca de informações e aprendizado mútuo. Esses relacionamentos podem ser valiosos para a empresa no longo prazo, à medida que ela busca continuar aprendendo e melhorando seus próprios processos e práticas.
É fundamental se preparar adequadamente antes de iniciar o processo de benchmarking. A preparação adequada envolve entender claramente os objetivos do benchmarking, selecionar as empresas de referência corretas e definir um plano detalhado para a sua realização. A empresa deve ter clareza sobre os objetivos do benchmarking, ou seja, o que ela espera alcançar ao estudar as práticas e processos de outras empresas. Isso pode envolver a definição de metas específicas de desempenho, identificação de áreas que precisam de melhoria, entre outros fatores.
Webster Moitinho
2023-03-04 09:45:55
Os inovadores bem-sucedidos usam tanto o lado direito como o lado esquerdo do cérebro. Eles deitam os olhos em números e em pessoas.